Não teve um só dia desde então que deixei de pensar em você. O costume de falar todo dia deve ter determinado a condição de rotina. Nunca gostei de rotina mas nem sempre tenho a percepção de saber o que se tornou rotina na minha vida. Você era rotina. Uma rotina boa. Costumava te ver como minha ponte.
É óbvio que estou triste. Ninguém quer que as coisas aconteçam da forma que aconteceram. E acho ridículo a gente dizer que não foi intencional. A pessoa tem que ser muito fdp para pensar em fazer tudo isso de maneira intencional. Mas a pergunta que tenho me feito é: sério mesmo que você nunca pensou nesse desfecho? Sério mesmo que você achava que ia ficar tudo bem sem falar nada?
Há coisas que continuo sem entender. E fiz o mea culpa para tentar entender se sou esse monstro que quer tudo do seu jeito mesmo, que não ouve, que não aceita o contraditório. Falei com quem me conhece bem. Com quem conviveu comigo todo santo dia resolvendo pendengas diárias. E as respostas foram as mesmas: você fala o que pensa. Mas ouve e pondera. Falar o que se pensa não é aceito socialmente, as duas pessoas me disseram. E isso te faz uma ogra.
É isso. Aos poucos estou vendo que somos exatamente o oposto. Enquanto eu priorizo a verdade, antes das relações, você prioriza as relações antes da verdade. E entendo bem que no nosso mundo alguém muito franco não sobreviveria. Precisamos de maquiagem para manter uma linha civilizatória em que a gente não saia se matando... Falar o que se pensa é muito perigoso principalmente em dias como os nossos em que o mundo está dividido em times. Eu entendo que é preciso um pouco de verniz para sair por aí.
Mas nunca imaginei que precisaria desse verniz com os meus. O pai já falou uma vez que eu agrido ele. Não tenho prazer algum em agredir ninguém. Não acho que precisamos entrar em batalhas em cada discordância e tenho me afastado de várias assim. Mas o meu jeito ainda agride. E agride você também. Tanto que em vez de você dizer que estava se sentindo agredida com o "quero que tudo seja do meu jeito", você preferiu não contar mais seus problemas. Simples, mantemos uma relação cordial sem precisar tocar em assuntos de discordância. Você só esqueceu de me perguntar se eu queria uma relação assim. E a gente continuou então numa relação fingida, em que tudo é lindo, fofo, cor de rosa, todo mundo se entende e concorda... mas não é de verdade. E é aí que a coisa pegou para mim. Primeiro aí: eu não tive escolha. Eu achava que era verdadeiro. Mas as pessoas também escolhem o quanto vão se mostrar ou não e você, para não ser mais agredida pelo meu jeito de ser, achou melhor não contar mais nada. E resolveu pedir para pessoas ao meu redor também não contarem as coisas, porque, é óbvio, eu não ia gostar. Então a gente faz teatro. E em nome de sair por aí dizendo que a gente se dá bem, a gente mantém o teatro. Sem a minha anuência. Eu não concordei em fazer teatro. Esse foi o primeiro machucado dessa história toda.
O segundo foi quando em uma situação especificamente legal, racional e financeira, você ocultou a verdade. Então, a coisa não era mais dentro do emocional, dos traumas das relações familiares. Foi para o âmbito legal. E essa ação me mostrou o quanto eu não consigo entender o que te move. Aliás, essa é a minha maior questão agora. Eu realmente não consigo explicar como isso foi acontecer. Ou se você sempre foi assim e eu que não quis ver. Você repete dizendo que não é orgulho, que não é medo, que não é irresponsabilidade, que não é má-fé. Só reações. Mas não diz afinal O QUE É. Se não é nada disso, é o que? Não tenho essa resposta porque você nunca foi capaz de me dar. Às vezes, você ainda usa a sua religião - sobre a qual entendemos pouco - para explicar a sua posição. É karma, tenho que passar por isso, falaram que é assim mesmo, e assim vai. Mas não vejo lógica nem nesse comportamento. Porque disseram mais outros quilos de coisas que você tinha que fazer e não fez.
Eu fico aqui tentando explicar. Não consigo imaginar que seja covardia. Tudo me leva a crer que é um pavor de sair do que sempre se fez, do que é conhecido, das lógicas que são familiares para o desconhecido. E é claro que eu agrido. Porque eu fico gritando que tem vida fora disso tudo. Fico incomodando. Fico apontando que é só pular fora dessa bola decorativa e continuar respirando. Que ninguém vai morrer. Eu incomodo porque não consigo conceber que você seja cagona nesse nível. E quando falo isso, você reage com 20 pedras, dizendo que não é isso, não é isso, mas nunca diz O QUE É. Então não entendo. Só posso ficar fazendo assunções. Porque não tenho a resposta exata e é capaz de que você nunca a dê. Primeiro porque talvez seja uma escolha sua não querer enxergar. Ixi, existe muita gente por aí que prefere a cegueira pra manter as coisas como estão e conhecemos muito bem essas histórias: mulheres traídas, pais com filhos adictos. Todo mundo sem querer ver. Mas não precisa pensar só nesses estereótipos. No nosso dia a dia a gente escolhe todo santo dia não enxergar um monte de coisas. A parede que precisa ser pintada, a eterna procrastinação de coisas a serem feitas, enfim. Todo dia a gente fecha os olhos. E hoje fico pensando que eu fechei os olhos para você também. Eu não quis mais lidar com suas meias-verdades. Com as histórias inventadas ou aumentadas. Deixei passar para, de repente, ver que não conhecia mais quem estava na minha frente. Eu te flagrei várias vezes repetindo histórias que não aconteceram daquele jeito. E nunca levei a sério porque cada um tem um jeito diferente de contar suas versões. Suas amigas às vezes diziam isso: que você aumentava um pouco cada história. Eu sempre achei que era coisa da sua personalidade. Hoje vejo que você tem contado essas histórias e acreditado nelas. "Não falei nada porque eu ia dar um jeito." Oito meses de não falar nada e ser toda sorrisos, toda fofa, toda cotidiana, não querendo enfrentar o que estava na sua frente. Da onde, depois de 8 meses, é possível dar-se um jeito?? E que porra de jeito era esse? A única coisa que me fazia relevar essas tuas contações de histórias meio atravessadas no passado é que você tinha um posicionamento de cumprir com as suas obrigações. Esse caiu. Caiu por duas vezes e você se acha no direito de estar no direito. Pede-se perdão e fica tudo bem. E se eu não perdoo, fazer o que? Por isso não sei mais em que terra você vive. Por um tempo eu pensei que era eu que estava enlouquecendo, achando que estava exagerando. Fui buscar ajuda. E não foi de gente que só concorda. E não estou fora da realidade. É realmente chocante.
Algo quebrou aqui. Eu não tenho ideia se um dia vamos conseguir colar, recuperar, ajustar. Hoje, muito triste, eu só vejo que não consigo fingir que tudo vai ser bom e o cotidiano pode ser recuperado exatamente do jeito que era. Não vai ser. Esse acontecimento só serviu para eu avaliar que algumas coisas dentro de mim ainda não estavam arrumadas, como a situação dos emails, há mais de 20 anos. Eu nunca entendi como você poderia ser mais leal a outras pessoas do que a mim. E a questão é essa mesmo: você consegue. Conseguiu de novo. E sei porque. Eu agrido. Eu, por ser eu mesma, e não conseguir dizer "minha querida", "meu querido", mesmo pensando o contrário. Eu agrido. Porque sou crua. Não tenho verniz, falo o que penso. Não é à toa que toda vez que eu te visitava seus amigos morriam de medo de mim. Você pintava para eles quem eu sou para você. Uma pessoa que agride, brava, um monstro. Eu nunca entendi o porque de construir esse personagem tão horrível. Hoje eu entendo que essa era eu para você. Sem nem ter intenção, você denunciava o tempo todo que eu não tinha o verniz. Que eu não conseguiria fazer o jogo das relações fofas porque eu falo o que penso. E falar o que se pensa sem brigar não existe para você. Então eu entendo o quanto era horrível conviver comigo.
Talvez por isso eu não consiga ver algum tipo de retorno em nossas relações. Mas para não ter que ficar explicando para as pessoas ou agindo como um bicho que sai quando o outro chega, "que fica de mal" eu consigo manter o mínimo de racionalidade (essa mesma que você tanto renega) para estar no mesmo ambiente ou ainda para cumprimentar e tratar de coisas necessárias. Assim como faço com ele. Até porque se tudo até agora foi teatro mesmo, a relação não vai ser muito diferente do que tínhamos. Filtra-se todo aquele efeito de cumplicidade e intimidade e fica-se com o que é real e restante: respeito e amor ao outro, mesmo sendo diferente. Sem fingir. Com ele, não finjo.
Eu não tenho raiva de você. Eu só não consigo entender seu jeito de ser e esse descuido com o que é do outro. E já que vi que agrido somente sendo eu mesma, entendo como melhor estar longe. Isso não fez com que eu deixasse de te amar. E nesses dias senti um amor imenso por você. Queria deixar claro que esse silêncio não tem nada de intenção de te punir como aquelas brigas idiotas de orgulho, nas quais quem fala antes é o fraco. Acho ridículo isso. Sempre achei uma queda de braço em que todo mundo sai machucado. O silêncio agora tem outro propósito. O de cura. Eu preciso me curar porque senão vou continuar machucando. Imagina só, se normalmente eu já agrido, imagine machucada, sem entender muito os seus motivos? Por isso prefiro me manter distante.
A você eu continuo desejando e rezando pelo milagre. Que você entenda do que é capaz e se solte dessas amarras que te deixam cega para as oportunidades da vida. Que você tenha coragem de olhar para os piores defeitos que te amarram ao julgamento das outras pessoas, ao orgulho, à raiva, a questões relacionadas a status, ao que é superficial, e resolva enfrentar tudo isso, se reinventando. Que você descubra dentro de você a capacidade de fazer uma reviravolta e que você veja que isso vai doer menos do que essa mesmice em que você está mergulhada. Que você logo entenda que loucura é você esperar um resultado diferente fazendo exatamente as mesmas coisas (frase de reflexão de Facebook que é muito, muito prática). Que nasça um outro braço. Novinho. E que você possa me acenar com ele.
Eu aqui vou continuar refletindo sobre as minhas posições. Vou continuar avaliando se realmente tenho ouvido o suficiente. Se estou deixando de ver algo que está no meu nariz. Continuo no trabalho em relação à minha arrogância, que me atrapalha horrores. Vou continuar buscando respostas. Vou continuar lendo e pesquisando. E vou continuar acreditando que tudo que acontece tem um propósito muito maior para a gente.
É óbvio que estou triste. Ninguém quer que as coisas aconteçam da forma que aconteceram. E acho ridículo a gente dizer que não foi intencional. A pessoa tem que ser muito fdp para pensar em fazer tudo isso de maneira intencional. Mas a pergunta que tenho me feito é: sério mesmo que você nunca pensou nesse desfecho? Sério mesmo que você achava que ia ficar tudo bem sem falar nada?
Há coisas que continuo sem entender. E fiz o mea culpa para tentar entender se sou esse monstro que quer tudo do seu jeito mesmo, que não ouve, que não aceita o contraditório. Falei com quem me conhece bem. Com quem conviveu comigo todo santo dia resolvendo pendengas diárias. E as respostas foram as mesmas: você fala o que pensa. Mas ouve e pondera. Falar o que se pensa não é aceito socialmente, as duas pessoas me disseram. E isso te faz uma ogra.
É isso. Aos poucos estou vendo que somos exatamente o oposto. Enquanto eu priorizo a verdade, antes das relações, você prioriza as relações antes da verdade. E entendo bem que no nosso mundo alguém muito franco não sobreviveria. Precisamos de maquiagem para manter uma linha civilizatória em que a gente não saia se matando... Falar o que se pensa é muito perigoso principalmente em dias como os nossos em que o mundo está dividido em times. Eu entendo que é preciso um pouco de verniz para sair por aí.
Mas nunca imaginei que precisaria desse verniz com os meus. O pai já falou uma vez que eu agrido ele. Não tenho prazer algum em agredir ninguém. Não acho que precisamos entrar em batalhas em cada discordância e tenho me afastado de várias assim. Mas o meu jeito ainda agride. E agride você também. Tanto que em vez de você dizer que estava se sentindo agredida com o "quero que tudo seja do meu jeito", você preferiu não contar mais seus problemas. Simples, mantemos uma relação cordial sem precisar tocar em assuntos de discordância. Você só esqueceu de me perguntar se eu queria uma relação assim. E a gente continuou então numa relação fingida, em que tudo é lindo, fofo, cor de rosa, todo mundo se entende e concorda... mas não é de verdade. E é aí que a coisa pegou para mim. Primeiro aí: eu não tive escolha. Eu achava que era verdadeiro. Mas as pessoas também escolhem o quanto vão se mostrar ou não e você, para não ser mais agredida pelo meu jeito de ser, achou melhor não contar mais nada. E resolveu pedir para pessoas ao meu redor também não contarem as coisas, porque, é óbvio, eu não ia gostar. Então a gente faz teatro. E em nome de sair por aí dizendo que a gente se dá bem, a gente mantém o teatro. Sem a minha anuência. Eu não concordei em fazer teatro. Esse foi o primeiro machucado dessa história toda.
O segundo foi quando em uma situação especificamente legal, racional e financeira, você ocultou a verdade. Então, a coisa não era mais dentro do emocional, dos traumas das relações familiares. Foi para o âmbito legal. E essa ação me mostrou o quanto eu não consigo entender o que te move. Aliás, essa é a minha maior questão agora. Eu realmente não consigo explicar como isso foi acontecer. Ou se você sempre foi assim e eu que não quis ver. Você repete dizendo que não é orgulho, que não é medo, que não é irresponsabilidade, que não é má-fé. Só reações. Mas não diz afinal O QUE É. Se não é nada disso, é o que? Não tenho essa resposta porque você nunca foi capaz de me dar. Às vezes, você ainda usa a sua religião - sobre a qual entendemos pouco - para explicar a sua posição. É karma, tenho que passar por isso, falaram que é assim mesmo, e assim vai. Mas não vejo lógica nem nesse comportamento. Porque disseram mais outros quilos de coisas que você tinha que fazer e não fez.
Eu fico aqui tentando explicar. Não consigo imaginar que seja covardia. Tudo me leva a crer que é um pavor de sair do que sempre se fez, do que é conhecido, das lógicas que são familiares para o desconhecido. E é claro que eu agrido. Porque eu fico gritando que tem vida fora disso tudo. Fico incomodando. Fico apontando que é só pular fora dessa bola decorativa e continuar respirando. Que ninguém vai morrer. Eu incomodo porque não consigo conceber que você seja cagona nesse nível. E quando falo isso, você reage com 20 pedras, dizendo que não é isso, não é isso, mas nunca diz O QUE É. Então não entendo. Só posso ficar fazendo assunções. Porque não tenho a resposta exata e é capaz de que você nunca a dê. Primeiro porque talvez seja uma escolha sua não querer enxergar. Ixi, existe muita gente por aí que prefere a cegueira pra manter as coisas como estão e conhecemos muito bem essas histórias: mulheres traídas, pais com filhos adictos. Todo mundo sem querer ver. Mas não precisa pensar só nesses estereótipos. No nosso dia a dia a gente escolhe todo santo dia não enxergar um monte de coisas. A parede que precisa ser pintada, a eterna procrastinação de coisas a serem feitas, enfim. Todo dia a gente fecha os olhos. E hoje fico pensando que eu fechei os olhos para você também. Eu não quis mais lidar com suas meias-verdades. Com as histórias inventadas ou aumentadas. Deixei passar para, de repente, ver que não conhecia mais quem estava na minha frente. Eu te flagrei várias vezes repetindo histórias que não aconteceram daquele jeito. E nunca levei a sério porque cada um tem um jeito diferente de contar suas versões. Suas amigas às vezes diziam isso: que você aumentava um pouco cada história. Eu sempre achei que era coisa da sua personalidade. Hoje vejo que você tem contado essas histórias e acreditado nelas. "Não falei nada porque eu ia dar um jeito." Oito meses de não falar nada e ser toda sorrisos, toda fofa, toda cotidiana, não querendo enfrentar o que estava na sua frente. Da onde, depois de 8 meses, é possível dar-se um jeito?? E que porra de jeito era esse? A única coisa que me fazia relevar essas tuas contações de histórias meio atravessadas no passado é que você tinha um posicionamento de cumprir com as suas obrigações. Esse caiu. Caiu por duas vezes e você se acha no direito de estar no direito. Pede-se perdão e fica tudo bem. E se eu não perdoo, fazer o que? Por isso não sei mais em que terra você vive. Por um tempo eu pensei que era eu que estava enlouquecendo, achando que estava exagerando. Fui buscar ajuda. E não foi de gente que só concorda. E não estou fora da realidade. É realmente chocante.
Algo quebrou aqui. Eu não tenho ideia se um dia vamos conseguir colar, recuperar, ajustar. Hoje, muito triste, eu só vejo que não consigo fingir que tudo vai ser bom e o cotidiano pode ser recuperado exatamente do jeito que era. Não vai ser. Esse acontecimento só serviu para eu avaliar que algumas coisas dentro de mim ainda não estavam arrumadas, como a situação dos emails, há mais de 20 anos. Eu nunca entendi como você poderia ser mais leal a outras pessoas do que a mim. E a questão é essa mesmo: você consegue. Conseguiu de novo. E sei porque. Eu agrido. Eu, por ser eu mesma, e não conseguir dizer "minha querida", "meu querido", mesmo pensando o contrário. Eu agrido. Porque sou crua. Não tenho verniz, falo o que penso. Não é à toa que toda vez que eu te visitava seus amigos morriam de medo de mim. Você pintava para eles quem eu sou para você. Uma pessoa que agride, brava, um monstro. Eu nunca entendi o porque de construir esse personagem tão horrível. Hoje eu entendo que essa era eu para você. Sem nem ter intenção, você denunciava o tempo todo que eu não tinha o verniz. Que eu não conseguiria fazer o jogo das relações fofas porque eu falo o que penso. E falar o que se pensa sem brigar não existe para você. Então eu entendo o quanto era horrível conviver comigo.
Talvez por isso eu não consiga ver algum tipo de retorno em nossas relações. Mas para não ter que ficar explicando para as pessoas ou agindo como um bicho que sai quando o outro chega, "que fica de mal" eu consigo manter o mínimo de racionalidade (essa mesma que você tanto renega) para estar no mesmo ambiente ou ainda para cumprimentar e tratar de coisas necessárias. Assim como faço com ele. Até porque se tudo até agora foi teatro mesmo, a relação não vai ser muito diferente do que tínhamos. Filtra-se todo aquele efeito de cumplicidade e intimidade e fica-se com o que é real e restante: respeito e amor ao outro, mesmo sendo diferente. Sem fingir. Com ele, não finjo.
Eu não tenho raiva de você. Eu só não consigo entender seu jeito de ser e esse descuido com o que é do outro. E já que vi que agrido somente sendo eu mesma, entendo como melhor estar longe. Isso não fez com que eu deixasse de te amar. E nesses dias senti um amor imenso por você. Queria deixar claro que esse silêncio não tem nada de intenção de te punir como aquelas brigas idiotas de orgulho, nas quais quem fala antes é o fraco. Acho ridículo isso. Sempre achei uma queda de braço em que todo mundo sai machucado. O silêncio agora tem outro propósito. O de cura. Eu preciso me curar porque senão vou continuar machucando. Imagina só, se normalmente eu já agrido, imagine machucada, sem entender muito os seus motivos? Por isso prefiro me manter distante.
A você eu continuo desejando e rezando pelo milagre. Que você entenda do que é capaz e se solte dessas amarras que te deixam cega para as oportunidades da vida. Que você tenha coragem de olhar para os piores defeitos que te amarram ao julgamento das outras pessoas, ao orgulho, à raiva, a questões relacionadas a status, ao que é superficial, e resolva enfrentar tudo isso, se reinventando. Que você descubra dentro de você a capacidade de fazer uma reviravolta e que você veja que isso vai doer menos do que essa mesmice em que você está mergulhada. Que você logo entenda que loucura é você esperar um resultado diferente fazendo exatamente as mesmas coisas (frase de reflexão de Facebook que é muito, muito prática). Que nasça um outro braço. Novinho. E que você possa me acenar com ele.
Eu aqui vou continuar refletindo sobre as minhas posições. Vou continuar avaliando se realmente tenho ouvido o suficiente. Se estou deixando de ver algo que está no meu nariz. Continuo no trabalho em relação à minha arrogância, que me atrapalha horrores. Vou continuar buscando respostas. Vou continuar lendo e pesquisando. E vou continuar acreditando que tudo que acontece tem um propósito muito maior para a gente.
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