A cã ensinando que estamos no mesmo barco... ou que fazemos parte do mesmo pacote de seres vivos. |
A gente aprende horrores com os pets. Muito mais ainda quando presta atenção neles. É claro que cada um tem um tipo de personalidade e aqui em casa as referências são sobre a Pandora e seu comportamento.
Desde que a adotamos demos um jeito de passar um bom tempo com ela. A gente se revezava para não deixá-la muito tempo sozinha porque simplesmente entendemos que certos animais, ainda mais cachorros, que são descendentes de lobos, vivem em grupo. Ou em matilha. Ou, em inglês, pack (que também significa pacote ou mala, o que traz outros significados).
Pois bem, temos percebido esse comportamento de matilha da cã aqui. E aprendendo muito com ele.
No geral, se estamos em algum lugar da casa relaxados, parados, ela dá um jeito de sentar por perto. Isso em casa.
Fora de casa, é muito comum ela sentar perto, mas tocando alguma parte do corpo. Geralmente nas costas. Típica posição de quase alerta, para saber que se alguém da matilha se mexe, ela se mexe também. Atenta para o outro lado.
Mas em casa, a situação mais comum é quando eu e o marido estamos sentados no tapete quentinho que dá para as escadas da cozinha, ou no sofá, ou qualquer outro lugar em que ela possa estar. Ela vem, dá um cheiro para medir a energia, vê que está todo mundo conversando tranquilo, sai, pega um brinquedo ou um pedaço do osso e volta. E daí senta ou deita do nosso lado. Perto. Sem tocar nenhum de nós, mas perto, mordiscando o brinquedo ou osso.
E só essa pequena atitude que é repetida diversas vezes todos os dias nos ensina muita coisa. Ensina que cada um tem seu espaço. E que não é legal invadir o espaço do outro quando não é necessário. Ensina que cada um tem seu objetivo, sua vida, seus afazeres, sua conversa, enfim, o seu osso para roer. Mas é grupo. E não precisa ser necessariamente todo mundo comendo o mesmo osso para fazer parte do grupo. Só estar perto. Só estar ali já nos lembra que somos indivíduos, mas que fazemos parte de um grupo maior, diverso, que se cuida, se percebe. Que não sufoca, mas está disponível, perto.
Seria tão bom se os humanos tivessem esse "pack mind". Não haveria relação abusiva, possessiva, assédio moral. Só suporte, colo, para quando precisarmos. E aquela sensação de pertença, de que estamos todos no mesmo barco. Porque, na verdade, estamos mesmo.
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