Último dia, fizemos as malas, arrumamos a casa e Paolo
estava o tempo todo dizendo que ele limparia o apartamento. Disse-me que um
casal com um coelho será o próximo a vir trabalhar.
Dissemos tchau para todo mundo e entramos no carro. O sol
estava lindo. Nem sinal de nuvens no céu e a gente super impressionado porque o
dia anterior foi todo de nuvens. Começamos a viagem devagar, de contemplação
pelo lado leste do lado Di Garda. Coisa de tirar o fôlego. Nossa direção era
Verona e Márcia nos esperava.
Passamos por Malcesine – e se tivéssemos tempo, teríamos
parado para caminhar ali prédios fofos
de onde consegui visualizar. Paramos para andar um pouco na “orla” de Garda.
Tudo cidade turística, com bastante restaurante, gente, e o sol aquecendo tudo.
Foi só descer das montanhas que a temperatura foi ficando mais agradável.
Conseguimos dispensar as jaquetas pesadas.
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O lado de lá do lago Di Garda |
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Coisa mais linda esse lago... |
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Ape! |
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Flores em Garda |
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Restaurantes á beira do lago |
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Garda |
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Garda |
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Peschiera |
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A antiga entrada de Peschiera |
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Um amigo fofo na entrada de Verona |
Passamos por Lasize outro lindo burgo/vilarejo/paesine que
possui dois parques temáticos. Parecia que estava tudo mudando mesmo. O
lago se expandia na borda de baixo/sul e já era bem mais difícil ver o outro
lado, a outra margem.
Chegamos em Peschiera, lugar que já tínhamos escolhido para
almoçar. Encontramos um restaurante e, dessa vez, todo mundo comeu um primo e um
secondo. Ao redor das 14h saímos para Verona. O resumo dessa viagem matutina
foi: é preciso voltar para explorar cada pedacinho de cada paesino. Passamos
por um museu do vinho, um museu do óleo de oliva e fiquei morta de curiosidade.
Mas, pelo que vimos, o ideal é fugir das altas temporadas, porque o lugar pode
ficar cheio bem fácil, com difícil trânsito já que é uma avenida que costeia o
lago.
Chegamos em Verona e fomos direto à casa de Marcia. Trânsito
mais maluco e o choque da cidade. Impressionante como passar duas semanas em um
vilarejo com 500 pessoas muda nossa perspectiva. Ali em Verona, com 280 mil
habitantes, era tudo muito grande, muito movimentado, muito maluco.
Colocamos nossas malas na casa de Marcia, fomos ao banheiro,
pedimos ajuda para comprar os bilhetes de trem para Veneza no dia seguinte e
ela nos levou na estação.
(Parênteses para explicar Marcia: nos encontramos nos idos
de perdi as contas como aluna e professora no curso de turismo da Uninter. Ela
foi se aventurar pela Europa – já está ali há 11 anos – mas nunca perdemos o
contato via facebook. Quando fui para o doutorado sanduíche em Sevilla,
conversamos mais ainda via redes sociais, já que ela tinha tido uma experiência
espanhola de dois anos. Ela tinha me convidado para visitá-la em Verona, mas
simplesmente não consegui. Dessa vez não passou batido. Liguei e falei que
estávamos vindo e, como boa turismóloga, ela preparou um roteirinho fantástico para vermos o
principal de Verona em uma tarde.)
Os bilhetes de trem saíram muito baratos. Ela explicou que
há vários tipos de trem e que quando a gente compra pela internet eles oferecem
somente os mais cheios de querer. Dito e feito. Na distância Veneza - Rovereto
(era um pouco mais longo, mas nem tanto) gastamos ao redor de 24 euros cada um
na passagem comprada pela internet. Indo à estação de Verona, pagamos 8,70
cada, Verona-Veneza, o trem “veloce”, que faria a viagem em 1h30.
Ela disse:
- não tem lugar marcado, se vocês perderem o trem só peguem
o próximo e fica tudo bem. Tem só que registrar o biglieto na maquininha.
Tranquilo. Passagens de trem compradas fomos “bater perna”.
O primeiro lugar que ela nos levou foi no topo do morro do
castelo S. Pietro. O castelo está fechado para restauro mas dali de cima tínhamos uma
visão muito bonita da cidade. Dava para ver Verona de cima. De lá ela mostrou algumas igrejas, a catedral
que tem a torre que nunca foi terminada e as igrejas em que ela trabalha como
guia, como a basílica de S. Anastacia.
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Foto do Greg da vista de Verona lá do castelo S. Pietro. A ponte Pietra que está no canto direito inferior ainda tem metade da construção romana, e o restante precisou ser reconstruído depois da segunda guerra. |
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Também do Greg, Verona do alto. |
Dali fomos caminhar para a catedral e dentro dos muros de
uma vila que pertence toda a igreja católica. Gente que trabalhava para a
igreja tinha um apartamento ou um lugar para ficar ali na clausura também e
acabou deixando para filhos e netos. Então, tem gente que vive ali
hoje, dentro dos muros, do lado da catedral. Coisa de muito poder, por todo
lugar.
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O "dentro" do terreno da catedral. É uma vila inteira da igreja. |
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Detalhe de um dos prédios. |
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Dentro da catedral |
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A clausura (edifício grudado na catedral onde as pessoas moram) |
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Detalhe de uma das portas que hoje guarda coisas, mas já guardou pessoas um dia... |
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A Catedral de frente. |
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Detalhe do anjo na frente da catedral de Verona. |
Aí caminhamos mais e fomos tomar o melhor sorvete de Verona.
O meu foi de mel com pólen, realmente delicioso. O resto da galerinha se esbaldou em outros sabores, mas todo mundo ficou bem feliz. Afinal o clima finalmente convidava para um sorvete!
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Nós e os sorvetes. |
Depois disso visitamos por
dentro a Basílica de S. Anastacia, que tem uma pintura gigante que retrata o
Concílio de Trento. A pintura é de Biagio Falcieri. A basílica é realmente muito
linda por dentro. Obras de arte por tudo.
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A pintura do Concílio de Trento |
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S Anastasia por fora. |
Na nossa caminhada ainda passamos por um monumento que na
verdade era um imenso mausoléu da família Scalla, também chamado Scaligere, que ocupa quase metade
de um quarteirão. A prova do imenso ego do ser humano que dominava a cidade e
queria ter poder mesmo depois de morto. Claro que isso acontece a exemplo de
todas as famílias que possuem dentro da catedral ou de outras igrejas suas
pequenas capelas, quase particulares. É o exemplo vivo do quanto a doutrina
cristã foi “entortada”para servir ao poder, status, ao dinheiro. Fico
imaginando o que Cristo diria quando visse todo esse luxo e esses
“privilégios”para somente alguns utilizando-se da sua filosofia...
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o mausoleu da família Scalla ou Scaligere.
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A gente fazendo palhaçada na frente da casa que teria sido do Romeu |
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praça do Dante |
Ainda fomos visitar o que seria a casa do Romeu que hoje tem
um conjunto de escritórios dentro – é um edifício privado – e estava, claro
fechado, passamos pela ponte Pietra, construída pelos Romanos e que teve parte
destruída na Segunda Guerra, fomos para a praça de Dante Alighieri – Marcia
disse que toda cidade italiana tem uma praça para ele – e fomos para casa de
Julieta, o que eu resumiria em uma palavra: “histeria”. Explico: há uma estátua
da Julieta que diz que você tem que tirar uma foto segurando os peitos da moça
para ter sorte no amor. Acho que foi idéia de algum voyer-louvador-de-imagens.
Mas tudo bem entrar na brincadeira para fazer uma foto... Mas não foi
brincadeira ver todas as paredes da entrada da casa da moça rabiscadas,
bilhetes com declarações de amor pendurados por todos os lugares – mesmo tendo
um sinal que os proibia e chicletes mascados, sim!, chicletes mascados pelo que
vejo pelos dois amantes grudados por tudo. Coisa super nojenta mesmo. Mas o
troféu histeria máxima vai para um casal que estava usando o balcão da Julieta
para fazer um evento particular. A entrada no museu estava proibida, o que
significava que pediram licença especial para ir lá, já que em dias normais se
pode visitar o balcão somente por dois minutos.
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Há uma "superstição que se os homens tocarem os peitos da estátua da Julieta eles terão sorte no amor. Eu que não gostei muito disso, não... |
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Não consigo entender quem ache que amor tem alguma correlação com estar preso... Desculpem a falta de romantismo, mas não tenho condições de achar romântico prender alguém... |
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Chicletes com bilhetes. Blargh! |
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Finalmente o balcão da Julieta vazio para fazermos a fota. |
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O pátio da casa da Julieta. Nesse pátio há a entrada para um dos hoteis mais caros de Verona. |
Pois bem, tiremos foto do balcão ali de fora. O problema é
que o moço estava propondo casamento para a moça naquele balcão lá, cheio das
pompas e abraços e beijos e a coitada dando gritinhos e pulinhos de felicidade
quando colocou o anel no dedo.
Podem me chamar de amarga, mal-amada, o que
quiserem, mas deu vontade de vomitar. Sério mesmo que casamento ainda é tratado
desse jeito? Sério mesmo que é a salvação e felicidade eterna para algumas
pessoas? Sério mesmo que acham que a história de Romeu e Julieta era uma
história de amor? Claro que foi um dos romances mais brilhantes e trágicos de
todos os tempos, mas comparar dois jovens que se matam com prova de amor é um
pouco irreal nos dias de hoje. Prova de amor, e mais ainda, de abnegação, deram
nossos avós que se mantiveram casados por décadas, suportando um ao outro. Bem,
amargor despejado, comemorei quando eles, depois de ter tirado todas as fotos
possíveis, saíram o balcão para eu e mais uma dezena de pessoas que estavam
esperando pudessem fazer o registro do tal lugar.
Depois do colosseum, fomos comer uma merecida pizza. Coisa
que o Greg estava pedindo desde quando chegamos na Itália.
À noite estava todo mundo cansado, mas feliz por ter visto
tanta coisa linda.
Que delicia esse blog !! Feliz por ter partecipado dele! Adorei as fotos!! Voltem p um Verona bis!!!! Bjaoo!!!! :)
ResponderExcluirPostei agora a pouco um comentario... so' queria por a firma sotto :) rsrs Marcia Hoffmann (esperando vcs aqui outra vez)
ResponderExcluir<3
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