wwoof Itália - 29_03 - Ida a Verona

Último dia, fizemos as malas, arrumamos a casa e Paolo estava o tempo todo dizendo que ele limparia o apartamento. Disse-me que um casal com um coelho será o próximo a vir trabalhar.
Dissemos tchau para todo mundo e entramos no carro. O sol estava lindo. Nem sinal de nuvens no céu e a gente super impressionado porque o dia anterior foi todo de nuvens. Começamos a viagem devagar, de contemplação pelo lado leste do lado Di Garda. Coisa de tirar o fôlego. Nossa direção era Verona e Márcia nos esperava.

Passamos por Malcesine – e se tivéssemos tempo, teríamos parado  para caminhar ali prédios fofos de onde consegui visualizar. Paramos para andar um pouco na “orla” de Garda. Tudo cidade turística, com bastante restaurante, gente, e o sol aquecendo tudo. Foi só descer das montanhas que a temperatura foi ficando mais agradável. Conseguimos dispensar as jaquetas pesadas.
O lado de lá do lago Di Garda

Coisa mais linda esse lago...

 Ape!

Flores em Garda

Restaurantes á beira do lago

Garda

Garda

Peschiera

A antiga entrada de Peschiera

Um amigo fofo na entrada de Verona

Passamos por Lasize outro lindo burgo/vilarejo/paesine que possui dois parques temáticos. Parecia que estava tudo mudando mesmo. O lago se expandia na borda de baixo/sul e já era bem mais difícil ver o outro lado, a outra margem.

Chegamos em Peschiera, lugar que já tínhamos escolhido para almoçar. Encontramos um restaurante e, dessa vez, todo mundo comeu um primo e um secondo. Ao redor das 14h saímos para Verona. O resumo dessa viagem matutina foi: é preciso voltar para explorar cada pedacinho de cada paesino. Passamos por um museu do vinho, um museu do óleo de oliva e fiquei morta de curiosidade. Mas, pelo que vimos, o ideal é fugir das altas temporadas, porque o lugar pode ficar cheio bem fácil, com difícil trânsito já que é uma avenida que costeia o lago.


Chegamos em Verona e fomos direto à casa de Marcia. Trânsito mais maluco e o choque da cidade. Impressionante como passar duas semanas em um vilarejo com 500 pessoas muda nossa perspectiva. Ali em Verona, com 280 mil habitantes, era tudo muito grande, muito movimentado, muito maluco.
Colocamos nossas malas na casa de Marcia, fomos ao banheiro, pedimos ajuda para comprar os bilhetes de trem para Veneza no dia seguinte e ela nos levou na estação.

(Parênteses para explicar Marcia: nos encontramos nos idos de perdi as contas como aluna e professora no curso de turismo da Uninter. Ela foi se aventurar pela Europa – já está ali há 11 anos – mas nunca perdemos o contato via facebook. Quando fui para o doutorado sanduíche em Sevilla, conversamos mais ainda via redes sociais, já que ela tinha tido uma experiência espanhola de dois anos. Ela tinha me convidado para visitá-la em Verona, mas simplesmente não consegui. Dessa vez não passou batido. Liguei e falei que estávamos vindo e, como boa turismóloga, ela preparou um roteirinho fantástico para vermos o principal de Verona em uma tarde.)

Os bilhetes de trem saíram muito baratos. Ela explicou que há vários tipos de trem e que quando a gente compra pela internet eles oferecem somente os mais cheios de querer. Dito e feito. Na distância Veneza - Rovereto (era um pouco mais longo, mas nem tanto) gastamos ao redor de 24 euros cada um na passagem comprada pela internet. Indo à estação de Verona, pagamos 8,70 cada, Verona-Veneza, o trem “veloce”, que faria a viagem em 1h30.
Ela disse:
- não tem lugar marcado, se vocês perderem o trem só peguem o próximo e fica tudo bem. Tem só que registrar o biglieto na maquininha.

Tranquilo. Passagens de trem compradas fomos “bater perna”.
O primeiro lugar que ela nos levou foi no topo do morro do castelo S. Pietro. O castelo está fechado para restauro mas dali de cima tínhamos uma visão muito bonita da cidade. Dava para ver Verona de cima.  De lá ela mostrou algumas igrejas, a catedral que tem a torre que nunca foi terminada e as igrejas em que ela trabalha como guia, como a basílica de S. Anastacia.
Foto do Greg da vista de Verona lá do castelo S. Pietro. A ponte Pietra que está no canto direito inferior ainda tem metade da construção romana, e o restante precisou ser reconstruído depois da segunda guerra.

Também do Greg, Verona do alto.

Dali fomos caminhar para a catedral e dentro dos muros de uma vila que pertence toda a igreja católica. Gente que trabalhava para a igreja tinha um apartamento ou um lugar para ficar ali na clausura também e acabou deixando para filhos e netos. Então, tem gente que vive ali hoje, dentro dos muros, do lado da catedral. Coisa de muito poder, por todo lugar.
O "dentro" do terreno da catedral. É uma vila inteira da igreja.

Detalhe de um dos prédios.

Dentro da catedral

A clausura (edifício grudado na catedral onde as pessoas moram)

Detalhe de uma das portas que hoje guarda coisas, mas já guardou pessoas um dia...

A Catedral de frente.

Detalhe do anjo na frente da catedral de Verona.

Aí caminhamos mais e fomos tomar o melhor sorvete de Verona. O meu foi de mel com pólen, realmente delicioso. O resto da galerinha se esbaldou em outros sabores, mas todo mundo ficou bem feliz. Afinal o clima finalmente convidava para um sorvete!
Nós e os sorvetes.

Depois disso visitamos por dentro a Basílica de S. Anastacia, que tem uma pintura gigante que retrata o Concílio de Trento. A pintura é de Biagio Falcieri. A basílica é realmente muito linda por dentro. Obras de arte por tudo.
A pintura do Concílio de Trento

S Anastasia por fora.


Na nossa caminhada ainda passamos por um monumento que na verdade era um imenso mausoléu da família Scalla, também chamado Scaligere, que ocupa quase metade de um quarteirão. A prova do imenso ego do ser humano que dominava a cidade e queria ter poder mesmo depois de morto. Claro que isso acontece a exemplo de todas as famílias que possuem dentro da catedral ou de outras igrejas suas pequenas capelas, quase particulares. É o exemplo vivo do quanto a doutrina cristã foi “entortada”para servir ao poder, status, ao dinheiro. Fico imaginando o que Cristo diria quando visse todo esse luxo e esses “privilégios”para somente alguns utilizando-se da sua filosofia...

o mausoleu da família Scalla ou Scaligere.

A gente fazendo palhaçada na frente da casa que teria sido do Romeu

praça do Dante

Ainda fomos visitar o que seria a casa do Romeu que hoje tem um conjunto de escritórios dentro – é um edifício privado – e estava, claro fechado, passamos pela ponte Pietra, construída pelos Romanos e que teve parte destruída na Segunda Guerra, fomos para a praça de Dante Alighieri – Marcia disse que toda cidade italiana tem uma praça para ele – e fomos para casa de Julieta, o que eu resumiria em uma palavra: “histeria”. Explico: há uma estátua da Julieta que diz que você tem que tirar uma foto segurando os peitos da moça para ter sorte no amor. Acho que foi idéia de algum voyer-louvador-de-imagens. Mas tudo bem entrar na brincadeira para fazer uma foto... Mas não foi brincadeira ver todas as paredes da entrada da casa da moça rabiscadas, bilhetes com declarações de amor pendurados por todos os lugares – mesmo tendo um sinal que os proibia e chicletes mascados, sim!, chicletes mascados pelo que vejo pelos dois amantes grudados por tudo. Coisa super nojenta mesmo. Mas o troféu histeria máxima vai para um casal que estava usando o balcão da Julieta para fazer um evento particular. A entrada no museu estava proibida, o que significava que pediram licença especial para ir lá, já que em dias normais se pode visitar o balcão somente por dois minutos.
Há uma "superstição que se os homens tocarem os peitos da estátua da Julieta eles terão sorte no amor. Eu que não gostei muito disso, não...

Não consigo entender quem ache que amor tem alguma correlação com estar preso... Desculpem a falta de romantismo, mas não tenho condições de achar romântico prender alguém...

Chicletes com bilhetes. Blargh!

Finalmente o balcão da Julieta vazio para fazermos a fota.

O pátio da casa da Julieta. Nesse pátio há a entrada para um dos hoteis mais caros de Verona.

Pois bem, tiremos foto do balcão ali de fora. O problema é que o moço estava propondo casamento para a moça naquele balcão lá, cheio das pompas e abraços e beijos e a coitada dando gritinhos e pulinhos de felicidade quando colocou o anel no dedo.

Podem me chamar de amarga, mal-amada, o que quiserem, mas deu vontade de vomitar. Sério mesmo que casamento ainda é tratado desse jeito? Sério mesmo que é a salvação e felicidade eterna para algumas pessoas? Sério mesmo que acham que a história de Romeu e Julieta era uma história de amor? Claro que foi um dos romances mais brilhantes e trágicos de todos os tempos, mas comparar dois jovens que se matam com prova de amor é um pouco irreal nos dias de hoje. Prova de amor, e mais ainda, de abnegação, deram nossos avós que se mantiveram casados por décadas, suportando um ao outro. Bem, amargor despejado, comemorei quando eles, depois de ter tirado todas as fotos possíveis, saíram o balcão para eu e mais uma dezena de pessoas que estavam esperando pudessem fazer o registro do tal lugar.

Verona é a segunda cidade da Itália com mais construções romanas e a gente caminha e tropeça por remanescentes do império por toda a parte. Por fim visitamos o colosseum de Verona, lugar preferido atualmente, do país todo, para a interpretação de óperas. E eu que nem imaginava que Verona também tinha um colosseum... Marcia explicou que a parte externa do edifício – sobrou só uma partezinha - caiu no terremoto de 1117 que devastou muitos dos prédios da Itália. A Catedral ainda tem pedaços originais, mas foi inteiramente remodelada. 

Essa partezinha de muro que vc está vendo no lado esquerdo rodeava todo o colosseum antes do terremoto.

Escurecendo e as luzes vão ficando lindas.

Mais uma do lugar preferido de óperas na Itália.

Gringo feliz com a pizza italiana.

Depois do colosseum, fomos comer uma merecida pizza. Coisa que o Greg estava pedindo desde quando chegamos na Itália.

À noite estava todo mundo cansado, mas feliz por ter visto tanta coisa linda.

Comentários

  1. Que delicia esse blog !! Feliz por ter partecipado dele! Adorei as fotos!! Voltem p um Verona bis!!!! Bjaoo!!!! :)

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  2. Postei agora a pouco um comentario... so' queria por a firma sotto :) rsrs Marcia Hoffmann (esperando vcs aqui outra vez)

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