Tomamos café em casa, e tudo estava mais quente. Na hora de
sair, descobrimos que havia sol lá fora.
Onde estamos hospedados. A entrada é na portinha do lado. |
A vista ensolarada da manhã |
Marco nos deu a missão de hoje de
limpar entre as parreiras que crescem em formato de pérgola, como se fizesse um
teto com as parreiras. As que tínhamos trabalhado ontem eram em formato de
parede, guio. Essas são as que se direcionam para cima.
Com sol, tudo ficou melhor. A temperatura subiu, o ambiente
ficou mais confortável. Não havia vento. A vista era fantástica, agora com o
lago brilhando com o sol.
Marido foi pegando os galhos secos e arrancando as plantas
secas maiores. Eu vinha atrás fazendo a sintonia fina, arrancando os menores.
Coisa de gente obsessiva-compulsiva e porque eu tinha visto outros parreirais
já limpos, vi que tinha que tirar tudo e deixar só a grama. Faltava um rastelo.
Marco veio depois de algumas horas conferir e disse que não precisava ser tão
meticuloso o trabalho, que não “precisava arrancar tudo como se eu estivesse no
jardim da minha casa”... Já tinha ouvido antes do marido. Talvez essa seja mais
uma oportunidade para eu aprender que a perfeição em tudo nem sempre é
necessária. No fim da jornada o cansaço me fez deixar passar algumas coisas, mas
amanhã volto lá com o rastelo que vamos pedir para Paolo.
tudo limpo |
o antes |
Uma parte da bagunça que ajeitamos |
Às 12h Enrico nos esperava para o almoço com uma pasta ao
ragu (que é nosso molho a bolonhesa e ele confirmou que lá tinha também esse
nome), um outro vinho da produção, salada de folhas, pão tostado na chapa e ovo
para quem quisesse. De novo, só o macarrão já era dos deuses. Descobrimos numa
conversa multilíngue que Enrico estava ali só para ajudar, e que ele quer
aprender muita coisa para ter a sua própria terra. Achei interessante que ele
disse: "você pode ser tudo, jornalista, contabilista, vendedor e correr o risco
de perder seu emprego a qualquer tempo. Na terra isso não acontece. Você pode
ter um ou dois anos ruins de produção, mas ela sempre vai voltar a produzir. E
você pode comer de tudo que produz. É como se fosse um trabalho perene".
Eu voltei para casa pensando no quanto nos afastamos desse
ciclo produtivo, desse tempo que deve ser dado para que cada coisa se
desenvolva, de saber esperar a estação de determinados alimentos em vez de
obrigá-los a nascer ao nosso gosto, de usar máquinas para tudo em vez de enfiar
a mão na terra, de comer o que produzimos, de ir devagar.
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