Hoje, finalizando um treinamento para um grupo ávido de aprendizes, eu repeti o quanto a gente devia procurar aquela coisa que aquece o peito no nosso trabalho. Aquela sensação que não tem salário que pague. Eu falava para a turma que se você sente isso pelo menos uma vez por semana, você está na função certa.
E, falando com esse grupo, lembrei das muitas vezes que eu disse para meus alunos que eu os via como um exército meu, um que ia mudar as coisas. Que, de maneira super egocêntrica, eu me via em cada sucesso deles porque me alimentava dessa evolução deles. Eu sabia que tinha uma micro responsabilidade naquele brilho emanado por cada um, a cada passo dado em frente.
Percebi então, hoje, que a minha maior "droga" e o que me move é conseguir ajudar os outros. E não digo isso com a sensação de ser melhor do que ninguém. Porque tenho noção de que sou um grão de areia nesse mundão. Mas com a sensação fantástica que é partilhar o que se sabe para ver os outros crescerem. Definitivamente não tem o que pague isso. Chacoalhar, ajudar os outros a irem para outros patamares, é fantástico.
E, por isso, entendo que finalmente é o momento de partilhar um texto do qual tomei a distância temporal necessária para ter certeza que ele ainda me emociona. Foi o primeiro discurso que me fez chorar em uma formatura. E continua sendo ainda o texto que me tira da posição de conforto racional da ciência e me faz humana, falível e apaixonada. Esse texto não é só bom porque foi muito bem escrito, mas também porque o escritor, Rafael Giuvanusi, foi e é um dos alunos que a gente guarda no coração, parte integrante de uma turma que vai ficar para sempre na minha memória como a melhor turma de todos os tempos. Sim, temos os prediletos. Porque somos humanos. E certos grupos de alunos são prediletos simplesmente porque de alguma forma eles nos tocam. E nos lembram do que somos feitos.
HOMENAGEM AOS MESTRES
Não vamos dizer que chegamos ao fim. Talvez, esta seja apenas uma parada para uma breve despedida. Igual àquelas que fazem sucesso no cinema em que o mestre aponta o caminho até determinado lugar, mas, a partir dali, é o discípulo quem deve conquistar seus objetivos.
Se hoje estamos aqui, boa parcela desta vitória é devida a vocês que, além de nos mostrarem o caminho do conhecimento, nos estenderam as mãos nos momentos mais difíceis, nos deram aquele puxão de orelha quando pensamos em desviar dos nossos objetivos e também nos desceram o braço quando fomos folgados demais.
Podemos dizer que crescemos juntos. Enquanto nos preparávamos para conquistar o título de bacharéis, presenciávamos as suas angústias e isso fazia com que se aproximassem cada vez mais de nós ao nos mostrarem que também eram alunos. Seja no aprendizado constante que a vida nos impõe ou na busca de um título de mestre ou de doutor. Títulos esses que foram conquistados e não permitiram que o conhecimento adquirido por vocês viesse acompanhado da prepotência, da arrogância.
Na faculdade do centro, nós pudemos chamá-los pelo primeiro nome sem receber um alto e claro: Doutor, rapaz! E por isso, talvez vocês sejam a prova de que o conhecimento deveria nos tornar ainda mais humildes e nos fazer entender que é possível aprender até com quem ainda nem tem um diploma.
Com vocês, além de aprendermos sobre ícone, signos e símbolos. Sobre o lead, o surgimento da imprensa, como construir um briefing e elaborar um plano de mídia, também pudemos ter a noção de que eram humanos e que as falhas seriam inevitáveis. Vimos vocês sorrirem, surtarem e até mesmo chorarem. Logo, os quatro anos foram um exercício mútuo de RESPIRA, CONTA ATÉ 10 e BOLA PRA FRENTE!
E a graça e magnitude da nossa formação lado a lado estiveram exatamente aí. Ninguém disse que seria um mar de rosas. E mesmo se o fosse, um canteiro do tamanho de um mar não deixaria de ter um grande número de espinhos.
Foram as experiências e os ensinamentos que nos transmitiram ao longo desses quatro anos que permitiram nos tornarmos os comunicadores que hoje somos e, certamente, não esqueceremos isso. Rubem Alves disse, certa vez, que de alguma forma, os mestres continuam a viver nos olhos daqueles que aprenderam a ver o mundo pela magia de suas palavras. E que por isso, o professor não morre jamais, estando a cada dia no pensamento daqueles a quem ensinou.
Todo os dias, vocês dois: o discípulo Rafael e a mestre Nivea, estão em meus pensamentos, meu norte, minhas estrelas guia!
ResponderExcluiraaaaaaaaaawwwwwwwww, De!!!!! Que legas estar sempre com vc!!!!
Excluir