Nunca gostei muito de meios de caminhos. Essa coisa de estar nem lá nem cá. Estar pendurada, mais ou menos, não sendo uma coisa nem outra.
Talvez porque sempre enjoei em viagens: ônibus, avião, barco. Por isso, a estrada não é algo que eu aprecie. Chegar é bom. Sair também. Mas ficar no meio é complicado.
Imagina atender o telefone no meio da estrada:
- Onde você está?
- Estou indo.
- Mas você está mais para cá ou mais para lá?
- Ah, perto de uma árvore, lago, florzinha... Sei lá.
A indefinição acaba comigo. Já me separei porque o ex queria “um tempo”. “Um tempo”, para mim, não existe. Ou é, ou não é. Ou você diz que vai entrar de cabeça na coisa, tentar tudo, ou você não vai. Desiste do projeto “relação” e pronto.
É a tal história: não existe meio grávida. Ou você está ou não está gerando uma nova vida.
Tenho menos de um mês aqui. E milhares de coisas me esperando lá, mais um monte para fazer aqui, ainda. E estou no meio. Não faço parte daqui, mas também não estou lá.
Converso com meus familiares pelo computador. Não é a total ausência. Sei deles, os vejo. Mas também não é presença. É mais ou menos, porque não posso dar um abraço no meu pai e dizer que vai ficar tudo bem ou apertar o nariz do meu filho como sempre gostei de fazer.
O pessoal aqui partilha feliz:
- ah, teremos a Semana Santa! Tenho certeza que você vai amar tudo!!!
Aí descobrem que não farei mais parte disso tudo.
- Ah, que pena, você não vai estar mais aqui.
E o pessoal de lá pergunta:
- Afinal, quando você volta?
E eu ainda não estou lá.
Estou no meio do doutorado. Não sou doutora. E a tese se arrasta, porque não é uma tese. É uma meia tese. Uma quase tese. Mas não é uma tese.
Talvez, o aprendizado desse ano seja: sustentar-se no fio do meio. Como aquelas aranhinhas que constroem seu final de caminho, sua casa, bem no meio do caminho dos outros.
Chegar, estando no meio.
Talvez porque sempre enjoei em viagens: ônibus, avião, barco. Por isso, a estrada não é algo que eu aprecie. Chegar é bom. Sair também. Mas ficar no meio é complicado.
Imagina atender o telefone no meio da estrada:
- Onde você está?
- Estou indo.
- Mas você está mais para cá ou mais para lá?
- Ah, perto de uma árvore, lago, florzinha... Sei lá.
A indefinição acaba comigo. Já me separei porque o ex queria “um tempo”. “Um tempo”, para mim, não existe. Ou é, ou não é. Ou você diz que vai entrar de cabeça na coisa, tentar tudo, ou você não vai. Desiste do projeto “relação” e pronto.
É a tal história: não existe meio grávida. Ou você está ou não está gerando uma nova vida.
Tenho menos de um mês aqui. E milhares de coisas me esperando lá, mais um monte para fazer aqui, ainda. E estou no meio. Não faço parte daqui, mas também não estou lá.
Converso com meus familiares pelo computador. Não é a total ausência. Sei deles, os vejo. Mas também não é presença. É mais ou menos, porque não posso dar um abraço no meu pai e dizer que vai ficar tudo bem ou apertar o nariz do meu filho como sempre gostei de fazer.
O pessoal aqui partilha feliz:
- ah, teremos a Semana Santa! Tenho certeza que você vai amar tudo!!!
Aí descobrem que não farei mais parte disso tudo.
- Ah, que pena, você não vai estar mais aqui.
E o pessoal de lá pergunta:
- Afinal, quando você volta?
E eu ainda não estou lá.
Estou no meio do doutorado. Não sou doutora. E a tese se arrasta, porque não é uma tese. É uma meia tese. Uma quase tese. Mas não é uma tese.
Talvez, o aprendizado desse ano seja: sustentar-se no fio do meio. Como aquelas aranhinhas que constroem seu final de caminho, sua casa, bem no meio do caminho dos outros.
Chegar, estando no meio.
Espero haber entendido bien...es curiosa la situación de sentirse en el medio, como en un limbo, y sí, pasa....me pasó también y por eso el salir de Chile no me fue dificil...es decir, fue como dar un paso, me sentía extranjero en mi propio país...entonces ser y sentirse extranjero de verdad es creo un mejor estatus en mi vida. Los viajes son de descubrimiento, son exploraciones del ser mismo, para conocerse mejor...The Heart of Darkness es un buen libro ara poder comprender un poco mejor ese sentimiento de exploración, del descubrimiento de uno mismo....y tengo que decir que es un viaje largo que no termina....el mío, mi viaje, quiero decir, parece que casi no ha empezado o lo ha hecho hace unas horas...y cada vez me encuentro en una esquina nueva en la que no sé que encontraré...importante es seguir adelante y tratar de mantener los pies firmes y la mente abierta y flexible para adecuarse al tiempo y al medio que nos rodea....un abrazo afectuoso!
ResponderExcluirUlises, entendiste bien. Y que bueno saber de tu experiencia. Curioso sentirse extrangero en tu país... Si, yo entiendo que es eso: la llegada, el estar en un lugar, siempre depende de como nosostros nos veamos. Abrazo, siempre profe!
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