O corpo funciona em outra frequência...
Sempre se diz que a gente nunca vai conseguir se banhar duas vezes no mesmo rio. Primeiro porque o rio não será o mesmo, segundo porque nós não seremos os mesmos. Entrando numa fase de “voltas” ou retornos aos lugares em que em algum momento da vida foram importantes, volto a Cerro Branco, pequenina cidade em que foi desenvolvido o projeto Rondon, quase dois anos passados.
O choque de ritmos e velocidades foi gigantesco já no passado. Foram 17 dias em um frio assustador (o registro ainda continua: foi quando passei o maior frio da minha vida no quartel de Santa Maria), sendo acolhida por pessoas fabulosas e conhecendo histórias e jeitos de viver absolutamente diferentes dos que eu estava acostumada. Sem falar nas paisagens estonteantes. Destaque para as caminhadas de mais de 8 quilômetros que fazíamos todos os dias atrás de boas histórias e velhos moradores. O resultado profissional: um documentário sobre a cidade (seus moradores) e fotos fabulosas de diversas cenas. O resultado na alma: uma visão ampliada de que o mundo e a vida podem ser mais simples, mais acolhedores e funcionar em uma frequência que privilegie a sanidade mental e corporal.
Na volta a Cerro Branco as coisas não mudaram: pessoas absolutamente acolhedoras, que fazem questão de receber, encaminhar, cuidar, proteger. Velhos conhecidos nos chamando pelo nome. Um café e uma cuca inesquecíveis. Uma lua cheia, dona do céu e paisagens estoteantes com campos de arroz dourados pedindo pra serem colhidos. Aquela frequência que diz que o que é importante é viver, se confraternizar, prosear e dar tempo para as coisas realmente acontecerem no tempo certo.
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Igreja protestante. sem foco mesmo. |
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Seu Edvaldo, com quase 92 anos andando de bicicleta |
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Um dos cerros que dá nome a cidade. |
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Visão do avião. Na volta. |
Impressionante é o efeito que essa mudança de ritmo faz na gente. É pisar na cidade e a alma dá uma freada dentro do peito. Ela pára, respira beeeeemmm devagar e se expande. Flutua.
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