uma gruta em casa e tudo bem!


Esses dias estourou um cano no apartamento de cima do meu. Esse é um dos problemas das grandes cidades e seus empilhamentos: a gente acaba herdando por gravidade o problema dos outros. No fim eles acabam sendo nossos e dos que estão abaixo de nós. (pra cima isso também ocorre quando o vizinho resolve fazer churrasco e a fumaça vai para as roupas que você acabou de lavar...)

Bem, voltemos ao cano. O cano estourou e acabamos por descobrir tarde demais... A água tinha se espalhado pela laje acima e ficava pingando pelo teto no meu banheiro como se fosse chuva. Qualquer um que imagine a cena já fica imaginando o tamanho do incômodo pra dar jeito em algo assim. Fora ter que ficar secando o banheiro a cada meia hora, água pingando na cabeça na hora de escovar os dentes, enfim...

Bem, tínhamos (eu e meu eterno companheiro na terra) duas opções: estragar o nosso dia com um baita mau-humor pensando sempre no que estava acontecendo ou optar por levar a coisa – que já estava bem molhada – pelo lado lúdico. Ele escolheu:
- Veja bem, mãe! Não é todo mundo que tem uma gruta em casa!

Entrei na brincadeira e falei:
-ok, essa noite vamos pegar a lanterna e contar as estalagmites e estalactites que temos em casa! Faremos uma exploração!

A partir daí tudo virou uma brincadeira.
- me empresta sua capa de chuva, preciso pegar um negócio no banheiro...
- se eu não sair em 10 minutos, mande a equipe de resgate...
- vou escovar os dentes... Onde está o guarda-chuva?
- Putz, vê se se agasalha pra ir ao banheiro, você vai pegar um resfriado com essa chuva!!
- acho que é hora de comprar aquele caiaque que a gente viu lá na praia...
- onde você colocou aquelas minhas bóias de braço que tinha o Piu-piu e o Frajola?

Enfim, mil incursões de encanadores depois, meu banheiro continua pingando. Mas e daí?

A partir disso vi que a vida pode ser encarada sempre de um jeito beeeeemmmm mais divertido. É como diz aquela música: sempre que o adulto pede socorro o menino vem e me dá a mão... Ainda bem!!

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