Fascinante um texto que o meu amigo, Diego Gianni, escreveu essa semana. Ele sempre escreve coisas brilhantes e eu poderia sempre colocar seus textos aqui. Mas como intuito desse espaço é destacar as significações cotidianas, vou colocando esses registros momentâneos. Acontece que essa semana, Diego consegui ver na sua bola de cristal algo que está acontecendo em mim que nem eu teria conseguido traduzir tão bem. Caros, deleitem-se!
Em obras
Tenho vontade de sair na rua com uma placa colada no peito: “em obras”. É o que diria.
Invejo a capacidade das construções de se renovarem e revitalizarem. Gente é mais complicada. Dá para arrumar, consertar, dar aquela mãozinha de tinta e é só. Mudar exige um tipo de material que muitas vezes não temos.
Você tem vontade de entrar em obras quando percebe que as coisas não estão legais. Quando se toca de que esta versão que você criou de você deixa muito a desejar.
Também sou fascinado pelo aviso de “reduza”. Isso, é claro, seu eu imaginar como seria ter um sinal desses a nossa disposição toda vez que estivéssemos indo rápido demais na vida.
“Reduza, ou vai ter um enfarto”.
“Reduza, enfisema a duzentos metros”.
“Reduza, ansiedade perigosa à esquerda”.
Já que a estrada é longa, por que não ir mais longe?
Se eu estivesse com vontade de dançar, haveria uma placa: “atenção, lambada”. Se eu me arrependesse de algo, a placa seria: “retorno em cem metros”.
Você se apaixonaria por alguém e acenderia diante de seus olhos um sinal, verde ou vermelho, indicando se tal pessoa pode corresponder seu amor.
Nunca vi um túnel que não tivesse fim. Nunca vi um túnel que não tivesse luz no final dele, mesmo quando é noite.
Há sinais por toda parte.
Moro em uma rua sem saída. Diz tudo sobre a minha vida.
Diego Gianni
Em obras
Tenho vontade de sair na rua com uma placa colada no peito: “em obras”. É o que diria.
Invejo a capacidade das construções de se renovarem e revitalizarem. Gente é mais complicada. Dá para arrumar, consertar, dar aquela mãozinha de tinta e é só. Mudar exige um tipo de material que muitas vezes não temos.
Você tem vontade de entrar em obras quando percebe que as coisas não estão legais. Quando se toca de que esta versão que você criou de você deixa muito a desejar.
Também sou fascinado pelo aviso de “reduza”. Isso, é claro, seu eu imaginar como seria ter um sinal desses a nossa disposição toda vez que estivéssemos indo rápido demais na vida.
“Reduza, ou vai ter um enfarto”.
“Reduza, enfisema a duzentos metros”.
“Reduza, ansiedade perigosa à esquerda”.
Já que a estrada é longa, por que não ir mais longe?
Se eu estivesse com vontade de dançar, haveria uma placa: “atenção, lambada”. Se eu me arrependesse de algo, a placa seria: “retorno em cem metros”.
Você se apaixonaria por alguém e acenderia diante de seus olhos um sinal, verde ou vermelho, indicando se tal pessoa pode corresponder seu amor.
Nunca vi um túnel que não tivesse fim. Nunca vi um túnel que não tivesse luz no final dele, mesmo quando é noite.
Há sinais por toda parte.
Moro em uma rua sem saída. Diz tudo sobre a minha vida.
Diego Gianni
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