Festa familiar. E eu, no alto da minha amargura, tentei sair da caverna sem grunhir muito, com o esforço sobrenatural de tentar conviver em sociedade. Casa da matriarca cheia, amigas, filhas das amigas, netos das amigas, enfim, salseiro montado. E as minhas novas paixões lá: sobrinho e sobrinha. Ela, séria, mas me vendo, sorriu. Ganhei o dia com aquilo. Ele, com um amargor parecido com o meu: estava no dia do “não”. Vamos jogar bola? Não. Vamos ver Cocó? Não. Você dá um beijo no tio da cunhada do vizinho? Não. Que blusa bonita a sua! Não! Pensei comigo: porque nós, adultos, não podemos ter o nosso dia do “não” também? Mas enfim, na tentativa de me socializar, escolhi a faixa etária que melhor me receberia no azedume que eu estava: as crianças. Crianças têm seus dias blarghs, ou de “nãos” e no outro esquecem completamente o que as havia perturbado. Queria ser assim...
Sentada no canto da sala, montando e desmontando potinhos, gerenciando processos de empréstimos de brinquedos e negociações de alto escalão sobre jogos de montar eu tentava ganhar um beijo do sobrinho. Coisa que há duas horas já tinha pedido e recebido um... não! (Parênteses: pais, tios e avós! Quando crianças não querem dar beijo, não forcem! A gente já tem que passar a vida fingindo coisas... Elas já precisam ser educadas para outros processos bem mais importantes!) Quando estávamos no meio da brincadeira cognitiva de abrir e fechar coisas, apertar botões, etc, um dos avós foi dar tchau pedindo um beijo. E ganhou! Assumi a idade mental dos pequenos e fiz o meu escândalo: - pôxa vida! Eu pedi o meu há um tempão e não ganhei!! Não deu dois segundos e o serzinho atravessou os brinquedos tropeçando e, se jogou em cima de mim com uma boca aberta, cheia de baba (ele só dá beijo como se fosse comer a bochecha da gente)... Simples assim. Adivinha a cara de pastel que fiquei, né?
O fecho da noite foi quando, passeando com a sobrinha no colo, presenciei um show animadísssimo com a música do sapo. ...Sapoooooo, marteeeeeeeelo, cantava na beira da lagoa... Não, não eram animadores de festas. Eram meu irmão e minha cunhada dando remédio ao menininho do “não”! Todo mundo tomou o remédio, inclusive eu(brincando, claro). E acabou que não precisou de violência, nem de gritos, nem de brigas, nem de tapas para alguém que só dizia “não” tomar o remédio.
Voltei pra casa discutindo com os meus botões: é hora de sermos selvagens, absolutamente selvagens. Selvagens como os pequenos. Essa civilidade adulta está me dando dor de estômago. E repito o que sempre disse: não é complicado criar crianças para quem se coloca no lugar delas. Nossa sociedade seria bem melhor se fizéssemos isso sempre: nos colocássemos no lugar dos outros.
Sentada no canto da sala, montando e desmontando potinhos, gerenciando processos de empréstimos de brinquedos e negociações de alto escalão sobre jogos de montar eu tentava ganhar um beijo do sobrinho. Coisa que há duas horas já tinha pedido e recebido um... não! (Parênteses: pais, tios e avós! Quando crianças não querem dar beijo, não forcem! A gente já tem que passar a vida fingindo coisas... Elas já precisam ser educadas para outros processos bem mais importantes!) Quando estávamos no meio da brincadeira cognitiva de abrir e fechar coisas, apertar botões, etc, um dos avós foi dar tchau pedindo um beijo. E ganhou! Assumi a idade mental dos pequenos e fiz o meu escândalo: - pôxa vida! Eu pedi o meu há um tempão e não ganhei!! Não deu dois segundos e o serzinho atravessou os brinquedos tropeçando e, se jogou em cima de mim com uma boca aberta, cheia de baba (ele só dá beijo como se fosse comer a bochecha da gente)... Simples assim. Adivinha a cara de pastel que fiquei, né?
O fecho da noite foi quando, passeando com a sobrinha no colo, presenciei um show animadísssimo com a música do sapo. ...Sapoooooo, marteeeeeeeelo, cantava na beira da lagoa... Não, não eram animadores de festas. Eram meu irmão e minha cunhada dando remédio ao menininho do “não”! Todo mundo tomou o remédio, inclusive eu(brincando, claro). E acabou que não precisou de violência, nem de gritos, nem de brigas, nem de tapas para alguém que só dizia “não” tomar o remédio.
Voltei pra casa discutindo com os meus botões: é hora de sermos selvagens, absolutamente selvagens. Selvagens como os pequenos. Essa civilidade adulta está me dando dor de estômago. E repito o que sempre disse: não é complicado criar crianças para quem se coloca no lugar delas. Nossa sociedade seria bem melhor se fizéssemos isso sempre: nos colocássemos no lugar dos outros.
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