Nem vou me desculpar mais pelo tempo levado fora daqui. Às vezes penso em vir escrever o que realmente teve significado no meu dia-a-dia ou significações que percebo ao meu redor. E num tem jeito. Como se eu tivesse o Grande Irmão percorrendo as minhas linhas, meu senso de comunicadora pede para contextualizá-lo. E, enfim, explico, como boa comunicadora e aprendiz de ensinadora... Julho era um mês do qual eu tive medo. Eu estava com medo, pela primeira vez, de não dar conta do que assumi. Não porque era assustador, mas porque eu já não estava suportando o meu peso e o peso do que foi esse primeiro semestre. Bem, repeti para mim uma dezena de vezes por que, por que, por que eu tinha dito sim para algo que ia tirar as minhas parcas possíveis férias e ainda me exigir muito mais responsabilidade. Bem, enganei-me redondamente, quadradamente, hexagonalmente.
Hoje quando perguntam como foi a experiência de levar uma equipe de alunos para participar do Projeto Rondon, só consigo resumir em uma palavra: foi fascinante. Não só pelo projeto em si, pelo trabalho, pela fabulosa equipe, pela cidadezinha, pelos resultados – veja mais em rondonfacinter.blogspot.com (viu, sumi daqui, mas pelo menos escrevi em algum lugar...) – mas também pela formidável experiência sensitiva. Não há como explicar o cheiro, a visão, a sensação de uma tarde com um vendaval uivante, numa estrada onde não passa uma pessoa sequer, você caminhar, caminhar, caminhar para ouvir histórias de vida de pessoas fabulosas. Vivi isso por uns 12 dos 17 dias. Caminhando, mato, chuva, sol, vento, frio e em média 8 km por dia num lugar onde parece que o mundo parou. Some-se a isso uma harmonia sem igual na equipe. É claro que foi trabalho das 6h30 as 22h. Mas, meu Deus!, não trabalhei um minuto sequer.
E essa experiência ligou, acendeu, provocou algo aqui. Algo meio Amelie Poulain. Algo de prestar atenção e saborear as sensações do cotidiano. Do colocar a mão no saco de feijão, de sentir o vento, de observar as pequenas coisas como uma caixinha de riquezas do passado de alguém e tornar isso a sua missão de vida, como pegar um cego e contar para ele o que realmente ele pode sentir... Sentir.
http://www.youtube.com/watch?v=PtK7s5atYos
hummm. Seja bem-vinda então ao mundo dos documentaristas
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