A semana foi infernal, como sempre. Mas boa. Estava lendo há pouco um artigo sobre o feminismo. E ele abordava a condição da mulher na atualidade, defendendo que há muito ainda o que conquistar. Que o feminismo sofre de um preconceito absurdo por conta do comportamento de algumas mulheres que exageraram na mão na hora da briga e por que temos a impressão de que tudo já foi conquistado. E, reconheço, é verdade. Achamos, nós, mulheres, que sempre tivemos os direitos/liberdade/atuação que temos hoje. Mas essas conquistas são tão recentes!! O problema de continuarmos nessa briga feminista é fazê-lo agora com o equilíbrio exato, sem sair do salto.
Vejo que esse é o nosso desafio. Andar elegantemente num salto 10, sem perder a pose, nem a feminilidade, saber esperar que abram a porta, mas bater na mesa quando for preciso, mostrando que estamos aqui pra protagonizar - ao lado - mas não ser coadjuvante da história.
Isso me lembra um professor fabuloso que tive no mestrado. Ele contava a história dos teóricos da comunicação como se tivesse sido vizinho dele. E um amigo - dos sarristas - disse um belo dia: "só homens, né, professor, só homens montaram as teorias que estudamos hj". E o meu querido professor, antes que eu jogasse uma cadeira no colega, disse bem calmo: sim, só homens aparecem, mas as teorias nasceram de boa parte das mulheres. Por exemplo: fulano só chegou a isso depois de uma discussão que teve com fulana... E, mais, eles tinham tempo pra elaborar, publicar e aparecer porque alguém estava cuidando de os alimentar, lavar roupas e manter o ambiente em que viviam organizado. Isso nunca vai aparecer na história. Mas sempre esteve lá.
Outro dia conversando com uma amiga receosa de chegar aos 30 notei que ainda temos medo de protagonizar. Minha chegada aos 30 foi tão prazerosa, tão libertária, que não troco essa sensação por nada. Você ter a certeza que tem o controle da sua vida e das suas decisões e ter a medida exata das consequências de tudo que fizer, dá um poder fora de série para nós. Coisa que só Balzac e uns poucos afortunados perceberam.
O maior exemplo do nosso desafio de ser mulher hoje veio lá da minha lavanderia. Um cacto super tímido que tenho na beirada da janela deu flor. Ele passa o ano todo na dele, sem se mostrar, sem precisar de água, sem querer o centro das atenções (já tentei mudá-lo de posição e ele prefere ficar bem no cantinho). Achei que não ia se repetir o espetáculo que ele deu há um ano, mas vi, feliz, essa semana, que ele guarda dentro de toda aquela força, aquela resistência, aqueles espinhos, uma candura e beleza que não se imagina. E mais, resolveu mostrá-la. A flor roxa, gigante, veio de novo. Para mostrar que mesmo num terreno seco, com uma aparência bruta, muitas vezes podemos, nós balzaquianas, dar flores lindíssimas. Mas só pra quem merece vê-las.
Vejo que esse é o nosso desafio. Andar elegantemente num salto 10, sem perder a pose, nem a feminilidade, saber esperar que abram a porta, mas bater na mesa quando for preciso, mostrando que estamos aqui pra protagonizar - ao lado - mas não ser coadjuvante da história.
Isso me lembra um professor fabuloso que tive no mestrado. Ele contava a história dos teóricos da comunicação como se tivesse sido vizinho dele. E um amigo - dos sarristas - disse um belo dia: "só homens, né, professor, só homens montaram as teorias que estudamos hj". E o meu querido professor, antes que eu jogasse uma cadeira no colega, disse bem calmo: sim, só homens aparecem, mas as teorias nasceram de boa parte das mulheres. Por exemplo: fulano só chegou a isso depois de uma discussão que teve com fulana... E, mais, eles tinham tempo pra elaborar, publicar e aparecer porque alguém estava cuidando de os alimentar, lavar roupas e manter o ambiente em que viviam organizado. Isso nunca vai aparecer na história. Mas sempre esteve lá.
Outro dia conversando com uma amiga receosa de chegar aos 30 notei que ainda temos medo de protagonizar. Minha chegada aos 30 foi tão prazerosa, tão libertária, que não troco essa sensação por nada. Você ter a certeza que tem o controle da sua vida e das suas decisões e ter a medida exata das consequências de tudo que fizer, dá um poder fora de série para nós. Coisa que só Balzac e uns poucos afortunados perceberam.
O maior exemplo do nosso desafio de ser mulher hoje veio lá da minha lavanderia. Um cacto super tímido que tenho na beirada da janela deu flor. Ele passa o ano todo na dele, sem se mostrar, sem precisar de água, sem querer o centro das atenções (já tentei mudá-lo de posição e ele prefere ficar bem no cantinho). Achei que não ia se repetir o espetáculo que ele deu há um ano, mas vi, feliz, essa semana, que ele guarda dentro de toda aquela força, aquela resistência, aqueles espinhos, uma candura e beleza que não se imagina. E mais, resolveu mostrá-la. A flor roxa, gigante, veio de novo. Para mostrar que mesmo num terreno seco, com uma aparência bruta, muitas vezes podemos, nós balzaquianas, dar flores lindíssimas. Mas só pra quem merece vê-las.
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