walk on

É certo que boa parte dos males de nossa sociedade residem no fato de que não conseguimos largar o que nos é cômodo. Isso me lembra a história do alpinista que estava subindo uma montanha de noite e acabou escorregando. Conseguiu, com muito custo, se agarrar a um galho e ficou pendurado. Sozinho, com frio e com medo resolveu apelar para a última das possibilidades que lhe conviam: rezou. "Deus, por favor, me ajuda a sair daqui, a conseguir me salvar." Como por um milagre o alpinista ouviu uma voz: "Ajudo, meu filho! Você precisa ter fé. Solte o galho." O alpinista não conseguia ter fé o suficiente para soltar o galho. "Se eu soltar vou cair lá embaixo, não consigo." E pela manhã, as equipes de resgate encontraram o alpinista congelado, pendurado ao galho, a dois metros do chão.

Largar o que nos é seguro, o que nos é conhecido para encontrar novas formas de ver o mundo ou coisas diferentes que nos salvam de nossa mediocridade é difícil. Mas só se tem o novo se for aberto o espaço pra isso. Por isso o velho (velhos costumes, velhos pensamentos, velhos jeitos de resolver as coisas, velhas maneiras de se relacionar) precisa ser lançado fora. E coragem pra isso?

Bem, o começo tem que ser como qualquer outro: cabeça erguida, olhar pro horizonte e um primeiro passo. Eu dei o meu hoje. Fiz a lista do que quero perseguir esse ano. E pendurei no meu quarto. De manhã e à noite vou perseguir e perseguir o que realmente preciso. E assim, deixarei pra trás o que não quero mais. Walking on and leaving behind...

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