a caixa de ferramentas e os amigos

Tá, tá. Não sou rotineira aqui. E daí? Depois dos 30 a gente começa a se aceitar do jeito que é mesmo e pronto. Não escrevo todos os dias mas pelo menos trago, hoje, histórias deliciosas, fruto de uma semana de reflexão. Depois que a onda do mar te derruba, e vc se levanta tentando entender onde está - quando ainda não está de cabeça para baixo - é hora de juntar os caquinhos e contabilizar as perdas. Enfim, entre mortos e feridos, algumas escoriações na alma. E aí começa o tratamento. O fato é que o bisturi, o band-aid para a alma pode se encontrado dentro e fora da gente. (Descobri isso essa semana) Dentro, é quando vc faz uso de todas as suas caídas para curar mais rápido algo que é similar ao que vc já passou. Isso vale quando vc aprende com seus tombos e leva no caderno de memórias os segredos de correções utilizadas. É óbvio que vc precisa se conhecer também para poder ter clareza do que vai funcionar ou não para fechar o ferimento.
As ferramentas que estão fora de vc podem ser chamadas de amigos. Sempre achei piegas esses versinhos que dizem que "quem tem um amigo, tem um tesouro" ou um amigo vale para sempre e blá, blá, blá. Mas entendi nessa semana que quem os criou deve ter passado por uma puta (posso falar palavrão aqui? Bem, se não falar, não sou eu) desilusão amorosa e viu que há um amor incondicional entre amigos. Algo realmente inexplicável pelas razões acadêmicas. É um suporte que vai desde analgésico a anestesia para a alma. E definitivamente, uma equipe médica formada por pessoas que acreditam piamente que vc precisa ficar bem, não deve ser desapontada. Aí vc fica bem. De um jeito ou de outro. Tenho um orgulho gigantesco dos meus amigos. Pq cada um sabe - e repito, essa semana foi definitiva pra entender isso - a seu jeito como amenizar a dor.
Isso vai desde os que acabei de conhecer que deixaram claro que perder a minha companhia seria muito chato, os de "milianos"gritando comigo pq não liguei de madrugada para pedir ajuda, os de bar que traçavam comigo um gráfico explicativo do que eu estava sentindo - claro, bêbados; os que me fizeram rir das piadas cotidianas, os que me ligaram de longe, sempre me surpreendendo para dizer que sou importante e que me querem bem; os que sairam correndo e pularam para um abraço engatando num papo desconexo de malucos; os que se colocaram a disposição para dar colo, me fazer dormir e dizer que sempre tudo vai acabar bem... Enfim, não se mede esse tipo de presente. Serei piegas também: amo meus amigos.

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