pra não dizer que não falei das flores...

Sunday. Adoro Oswaldo Montenegro. Pq ele conseguiu, desde quando eu era aborrecente, traduzir alguns dos momentos internos mais interessantes. Para traduzir o de hoje, tem uma música antiga, que fala sobre a solidão. Mas é de um jeito tranquilo, quase racional, que mostra que podemos ter várias pessoas amadas ao nosso redor, a constatação é que nascemos sozinhos e morremos assim também. E não há nada de trágico nisso. É a descoberta da solidão quase gostosa, daquela que é uma opção em alguns momentos para poder organizar as coisas e seguir em frente...



Vontade de ser sozinho
Sem grilo do que passou
A taça do mesmo vinho sem brinde mais por favor
Não é que eu não tenha amigos não
Não é que eu não dê valor
Mas hoje é preciso a solidão
Em nome do que acabou
Vontade de ser sozinho
Mas por uma causa sã
Trocar o calor do ninho
Pelo frio da manhã
Valeu a orquestra se valeu
Agora é flauta de Pã
Hoje é preciso a solidão
Com a benção do deus tupã, ô menina
E a quem perguntar quando o vento sopra
Responda que já soprou
Mas o vento não traz resposta
Acabou
A flecha que passa rente
Cantor implorando bis
O cara que sempre mente
A feia que quer ser miss
Gaivota voando sobre o céu
A letra que eu nunca fiz
Tudo é a mesma solidão
Mas dá para der feliz, ô menina
E a quem perguntar quando o vento sopra
Responda que já soprou
Mas o vento não traz resposta
Acabou
todo mundo é sozinho
ai de quem pensar que não
A moça com seu vizinho, soldado com capitão
resta quem está sem seu amor
Amar esta solidão
Hoje é preciso o uivo do lobo na escuridão
Ô menina e a quem perguntar quando o vento sopra
Responda que já soprou
Mas o vento não traz resposta, acabou.

Oswaldo Montenegro.

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