Reconhecimento da área

No segundo dia, um domingo, a gente pode ter um dia mais tranquilo, para recobrar as energias. Fomos dar uma volta de carro na região costeira - a cinta costeira - que está toda remodelada e bem moderna. Há obras da Odebrecht, inclusive de esculturas por tudo, e uma grande via que entra no mar Pacífico para carros. Alguns dados da observação geral: há poucos ônibus e transporte público nessa região. Pelo menos vi pouco. Há os ônibus parecidos com os de Lima, chamados aqui de Diablo Rojo, que são privados e são guardados na casa dos motoristas (vimos quando fomos para Colón). Há os outros maiores, de linha mesmo, que também são vistos em algumas regiões. E há um metro, do qual vimos uma parada somente. Há uma linha só. Carros há muitos, principalmente os RUVs, taxis milhares que brotam de todos os lados, mas que ouvimos a recomendação de que é para fugir deles como o diabo da cruz, porque não há regulamentação ou taxímetro. Eles cobram de acordo com o sotaque do freguês (mas lembre que estive em um bolha de expatriados). Uber existe, é bem difundido e usado.

O trânsito não é assim amigável com a bicicleta. Muitas buzinas, ausência de pisca e um tal de passar pela direita e esquerda que deixa qualquer um confuso. Mas a cidade é plana. Se o trajeto do trabalho a casa é em ruas secundárias é possível pensar na bicicleta como uma opção. Ah, vi poucas motos, mas elas existem.

Um grande problema notado foi da poluição. Mesmo sendo uma cidade super aberta (não é em um vale como Santiago do Chile), com vento de todos os lados, é bem sintomática a falta de regulamentação de catalisadores. Assim a poluição do ar e sonora é grande.

Falando em som, como estávamos aqui em dias de feriados (são vários, de várias independências, nessa semana de novembro), as comemorações eram frequentes. Desde desfiles de bandas até as festas e churrascos nas casas com o som no último. Para quem está vivendo em uma ilha inserida em um parque nacional pertinho do Canadá, tudo isso me pareceu muito exagerado. Mas a vista do apartamento que ficamos não deixou a desejar. Essa é uma razão pela qual pouco posso falar da hotelaria aqui, porque ficamos hospedados na casa da amiga do filho, que estava viajando nos mesmos dias. A vista era indescritível, todos os dias. Dormir, com esse calor também não é algo fácil. O sono é frequente, mas às 5 da manhã naturalmente todo mundo acorda.

Nesse domingo demos uma volta no Casco Antiguo que ficava do lado do prédio que estávamos. A percepção que tive do carro, que é bem diferente da andando, é que o casco está em processo de gentrificação. Está saindo dos prédios caindo aos pedaços para os reformados. Então junta-se ali gente pobre vivendo em cortiços, baladas super hipster e, ainda, a Casa do Governo (!). Essa última característica foi a mais diferente porque a casa do governo está com boa parte dela virada para o mar do Pacífico e o restante entre grades dentro do centro histórico. Mesmo para uma leiga como eu, achei bem sem segurança. Mas vendo pela história do Panamá a gente percebe que tem umas coisas um pouco diferentes de outros centros históricos e desenvolvimentos urbanos na América Latina.

O almoço foi no Leños e Carbón, perto da Marina, numa passarela novíssima que se chama Cause Way e é feita com toda terra e pedras das escavações do Canal do Panamá.
Outra observação: fala-se muito inglês, logicamente pela presença dos americanos tanto tempo no território. Marcas famosas, grandes shoppings, inclusive o maior da América Latina, estão aqui. E a Cidade do Panamá tem em torno de 2 milhões de pessoas. Eu diria que ela é uma mini São Paulo, com mais segurança, pela estrutura de vias rápidas, pelo trânsito. Em relação ao panamenho tive sentimentos contraditos. Não são fofos como os colombianos e há situações na prestação de serviço que parece que eles vão morrer porque você pediu para pesar um pacote de cenoura. Mas há restaurantes que o pessoal é especialmente atencioso e delicado. Logo, não é possível generalizar, como sempre.
Orla em frente ao edifício

Almoço e caras de fome

Sim, Cidade do Panamá tem o estádio do Maracanã

Pedacinho do Casco Antiguo

Sol nascendo no Pacífico. Sim, pq a gente está em um istmo em formato de C. Sem ver no mapa dá um nó na cabeça.

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