Desire, desireé, desejo...

Ah,o desejo... O desejo já foi o culpado por reinos cairem, por governos acabarem, por reputações serem destruídas, por lares serem exterminados, por amizades serem finalizadas... O desejo de ter mais, de ser , mais de poder mais sempre fez com que os homens empreendessem uma louca luta pela satisfação. Satisfação que nunca vem. Não, ela nunca vem. É utopia achar que nos satisfaremos com essa próxima "coisinha" que estamos precisando muito... Mas não quero falar do desejo do consumo. Nem do desejo pelo poder. Esses desejos são frios.
O desejo por um alguém, por uma experiência, por uma alma, esse sim, traz calor assim que aparece. E é engraçado. Ele sobe da barriga e tranca a garganta. E muitas vezes faz os olhos fecharem-se automáticos pra que se caia na imaginação do desejo atendido. É o desejo pela pele, pelo contato, pelo conhecer mais, pelo tocar...
Esse tipo de desejo quando é proibido pode se tornar o maior sofrimento que um humano pode experimentar... Mas as raras situações em que esse desejo, que traz calor, pode se tornar ação, o sofrimento se transforma num tipo de prazer difícil de explicar. E difícil de se notar. Porque na atualidade as coisas precisam acontecer. Se se tem desejo, se vai atrás para satisfazê-lo.
O saboroso é quando essa satisfação é protelada. Quando a boca está perto, mas não toca. Quando o braço está ao alcance, mas não se fecha num abraço. Quando quase dá para sentir o cheiro... mas na verdade não dá. Quando se imagina mãos, colos e pelos tocando... Só se imagina.
Não importa que tipo de realidade virá a partir desse desejo. O calorzinho que ele traz é indescrítivel e só os que sabem esperar conseguem senti-lo.
Há o momento certo, sim. Em que desejos se tornam borboletas.

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